Aconteceu numa praça, no Japão.
Não se sabe como o pássaro morreu.
Ele estava ali no asfalto, inerte, sem vida. Seria um fato corriqueiro,
mas o fotógrafo fez a grande diferença.
A Solidariedade
Segundo o relato do fotógrafo, uma outra ave permanecia próxima àquele corpo sem vida
e ficara ali durante horas. Chamando pelo companheiro, ela pulava de galho em galho,
sem temer os que se aproximavam, inclusive sem temer ao fotógrafo
que se colocava bem próximo.
A Solicitação
Ela cantou num tom triste. Ela voou até o corpinho inerte, posou como querendo levantá-lo
e alçou vôo até um jardim próximo. O fotógrafo entendeu o que ela pedia e, assim,
foi até o meio da rua, retirou a ave morta e a colocou no canteiro indicado.
Só então a ave solidária levantou vôo e, atrás dela, todo o bando.
As fotos traduzem a seqüência dos fatos e a beleza de sentimentos no reino animal.
Uma Questão de Amor e Carinho.
Segundo o relato de testemunhas, dezenas de aves, antes de partirem,
sobrevoaram o corpinho do companheiro morto.
As fotos mostram quanta verdade existiu
naquele momento de dor e respeito.
Aquela ave que fez toda a cerimônia de despedida, quando o bando já ia alto,
inesperadamente voltou ao corpo inerte no chão e, num grito de não aceitação da morte,
tenta novamente chamar o companheiro à vida.
Desesperada, mas com amor
e carinho, ela se despede do companheiro, revelando o seu sentimento de dor.
Vendo com os próprios olhos da Alma, o fotógrafo com toda a sua sensibilidade não resistiu, eu também não resitir, e tão pouco consegui conter as lágrimas.
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